terça-feira, 30 de novembro de 2010

Gru, o Maldisposto

Acabei agora de ver um filme muito bom!
Ainda que tenha sido em desenhos animados, o filme transmite uma mensagem muito boa!
Por vezes fazem-se filmes sem mensagem alguma; outras filmes que estão na moda e que levam o mundo a ver tudo daquela maneira; outras vezes fazem-se filmes muito bons!
Gostaria de vos descrever o filme, mas isso levar-vos-ia a não verem o filme. Acreditem é mesmo bom!
Deixo-vos então uma passagem do filme que, a meu ver, resume todo o filme. 

“Um Grande «Unicórnio».
Um único «unicórnio», forte e livre era o mais feliz que podia. Depois apareceram três gatinhos que viraram a vida dele de pernas para o ar. Fizeram-no rir. Fizeram-no chorar. Ele nunca devia ter dito adeus, mas agora ele sabe que nunca se poderá separar daqueles três gatinhos que mudaram o seu coração. Fim”
Gru, o Maldisposto! 

Deixo-vos também a mais bela imagem de todo o filme!



Ismael Sousa

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nada temo

Se me envolve a noite escura
E caminho sobre abismos de amargura,
Nada temo, porque a Luz está comigo.

Se me colhe a tempestade
E Jesus vai a dormir na minha barca,
Nada temo, porque a Paz está comigo.

Se me perco no deserto
E de sede me consumo e desfaleço,
Nada temo, porque a Fonte está comigo.

Se os descrentes me insultarem
E se ímpios mortalmente me odiarem,
Nada temo, porque a Vida está comigo.

Se os amigos me deixarem
Em caminhos de miséria e orfandade,
Nada temo, porque o Pai está comigo.

Ismael Sousa

domingo, 28 de novembro de 2010

Natal, o que é?

Bem, como já escrevi no post anterior, chegou o Natal, ou pelo menos a preparação para ele.
Contudo, algo me levou hoje a pensar seriamente sobre o “Natal”…
Para nós, cristãos, o Natal é tempo de alegria, tempo de sentirmos o nosso Salvador nascer uma vez mais para nos salvar…
Mas, para aqueles que não são cristãos, o que é o Natal? Será só mais uma altura para dar e receber presentes?
Penso que para essas pessoas o Natal será um tempo de reunir as famílias e a seu lado rirem, conviverem, dos mais velhos ensinarem os mais novos, de estarem reunidos como família.
Também para nós, cristãos, esse é um tempo favorável para tal, mas com um sentimento maior: o nascimento d’Aquele que fora prometido.
Mas, como se sentirão aqueles que perderam um elemento da família, um amigo, alguém que amavam?…
Que sentirão essas pessoas quando se reunirem todos à volta da mesa para cear?… Sentirão a sua ausência? Certamente que sim. Certamente que na sua mesa um lugar estará vago, uma solidão/nostalgia se apoderará deles e uma vez mais uma lágrima correrá pelos seus rostos, caindo muito lentamente.
Gostaria de poder fazer algo mais por estas pessoas, por estas famílias, por eles todos…
Este ano, diferentemente de outros tantos, estarei unido a estas pessoas quando me sentar à mesa para comer. Estarei unido a estas pessoas quando me juntar com a minha família junto à árvore…
Desejos de um Santo Natal e nunca se esqueçam de que aqueles que perderam estão junto a vós…



Ismael Sousa

sábado, 27 de novembro de 2010

Advenire...

Ainda que para muitos o Natal já tenha chegado, para mim ainda não!
Na realidade começa hoje o Advento, que vem do latim, Adventus, e que significa "chegada". Desta forma o Advento é um tempo de preparação para a Vinda do Salvador que foi anunciado pelos profetas: "A virgem conceberá e dará à luz um Filho, o Seu nome será: Emanuel"!
Eis que, se estáveis atentos, a minha imagem de fundo mudou! Pois bem, neste tempo de prepararmos o nosso coração, as nossas casas, os espaços onde trabalhamos e assim para a chegada do Senhor, também eu preparei a minha "casa" virtual para a sua chegada tão prometida do Messias.


Esta imagem, que agora ocupa o fundo do meu blog, tem representada a coroa de Advento que agora começa a ocupar um lugar de relevo nas igrejas, com quatro velas que representam os quatro Domingo do Advento, sendo o terceiro Domingo denominado de "Domingo Gaudete", ou seja, Domingo da Alegria!
As linhas roxas significam, para além da cor predominante e caracterizadora do Advento, a "cauda" da Estrela que anunciou aos pastores e aos Reis do Oriente o caminho para visitarem o Menino. Na parte inferior encontramos então o presépio que todos gostamos de preparar como sinal do nascimento de Jesus: o Único e Verdadeiro Messias!
Concluo deixando os votos de um bom Advento e que se preparem verdadeiramente!

Ismael Sousa  

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

New Age...

“2012 O ANO DO FIM DO MUNDO”
Era assim que se apresentava a revista “Visão” do passado dia 18 de Novembro.
Quem quer que passasse os olhos por esta capa estaria tentado a comprá-la só para saber o porquê!
Já no interior da revista, o título mudava: “2012 A PROFECIA LUSITANA”. A pequena nota que se lhe seguia desvendava já um pouco desta notícia (ou não). “Há quem acredite que o mundo vai acabar, há quem espere ser salvo por naves extraterrestres […], depois do colapso da actual civilização, virá o renascimento. Milhares de portugueses mudam as suas vidas […] – e que o nosso país será um «farol» para o mundo…”
Quem está habituado a ler somente as letras gordas (o que diria da maioria das pessoas que enquanto espera por algo pega numa revista e lê as letras gordas, exceptuando quando se trata de fofoquices) ficaria logo alarmado com esta situação, o quem sabe, crescer-lhe-ia o peito pois, segundo este artigo, Portugal está na linha da frente da “Nova Era”.
Olhando para a imagem que ilustra este artigo, podemos ver algumas naves espaciais (que eu diria baseadas numa edição antiga de um filme, chamado, se não me falha a memória, de “Montanha Mágica”) vindas do céu na companhia de uns misteriosos astros que colidirão com a terra que se encontra sobre um mar de chamas e de lava. No cimo de um monte, lado a lado, encontramos Nossa Senhora de Fátima com uma ilustração Asteca.
Não fugindo à moda de ler as letras gordinhas, mudamos de página e deparamo-nos com um mundo maravilhoso, (tipo “Avatar”) com casa belas e homens com asas de água. Este mundo maravilhoso, segundo as letras gordas, é chamado de “O Império de Lis” que se situa, segundo André Louro de Almeida, junto às águas de Dornes, local onde, segundo André, notou que “existia uma certa doçura no ar, combinada com inteligência, como se a paisagem soubesse que estávamos ali… algo que era pura energia de união”.
Continuando assim a desfolhar a revista, encontramos agora uma secção dedicada ao “Ano de todos os perigos”. Nesta podemos ver as várias (e desculpem que o diga de uma maneira tão forte) falsas profecias sobre o ano 2012: desde a “Profecia Maia” até às “Tempestades Solares” (que a mim me parece a “tese” com mais credibilidade) passando por profecias de Índios, Zodíacos, profecias de Nostradamos, Hindus. Mas o cúmulo é, sem margem para dúvida, o “Código da Bíblia”. Bem, quem tenta tirar algum código/profecia da Bíblia é porque anda a ler Dan Brown a mais.
Na última página da entrevista conhece-mos Isaura França que diz que (e aí encontro mais um cúmulo dos cúmulos) “o segredo de Fátima aponta para uma noite de três dias” e que “o planeta vai inverter a rotação, mais ao menos como um iô-iô, que para e depois vem para cima”. Bem, toda a gente sabe que se o mundo parar de um momento para o outro era-mos todos projectados e ninguém sobreviveria. Agora não sei se Isaura o sabe… Ou será que os três dias que, segundo ela, o segredo de Fátima aponta serão os dias que passaremos mortos e depois ressuscitaremos para a vida eterna junto do Pai, do Filho e do Espírito? Bem, isso não sei, mas que a Isaura está enganada…
Ainda nesta última página é relatado alguns grupos que anunciaram o fim do mundo e que levaram os seus seguidores a acreditar que só se salvariam pela morte: Luc Joret matou cerca de 74 membros da sua seita (1994); em 1997, 39 seguidores de Heaven’s Gate suicidaram-se, colectivamente; Shoko Asahara justificou o ataque que os seguidores da sua seita fizeram, em 1995, no metro de Tóquio matando 12 pessoas e intoxicando 5 mil;…
Bem, de resto o que a notícia em si fala é em tentar desmistificar um pouco mais as seitas que para aí andam a surgir sem qualquer fundamento.
Por isso, o meu conselho é que se afastem desta gente antes que se apoderem de todos os vossos bens, antes que algo de mal vos aconteça…
Contudo, cada um é livre de acreditar no que quer, mas para mim só Deus é salvação e não acredito no fim do mundo no ano de 2012! Ah, e se pensam que Portugal será um pioneiro, desenganem-se!



Ismael Sousa

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Boas acções...

Boas acções o que são?
Que parâmetros é que dizem/regem as boas acções?
Quantos de nós fazemos boas acções? Será que as fazemos para parecer bem? Para os outros verem que eu sou solidário, que me consigo comover perante um pedinte?
Serão boas acções dar na frente de todos e nas costas "cuspir-lhe" em cima? Serão boas acções aquelas que são visíveis perante todos  e as que fazemos no silêncio não são consideradas boas acções?
Uma boa acção é dar uma esmola em vez de um prato de comida? As boas acções são-o porque os outros dizem ou porque nos achamos que o são?
Será que aqueles que se dizem solidários o são?
Será que aquele que na solidão sofre e não consegue passar indiferente a um pedinte é solidário?
Afinal porque parâmetros é que se rege o mundo solidário? o das boas acções? O mundo no qual vivemos? a sociedade?
Somos capazes de dizer não a um pedinte, mas incapazes de sentir um não!
Como serei eu? Como serás tu? Como será a sociedade?
Onde está o amor ao próximo?
Como é esse amor ao próximo?
Quererei eu sentir esse amor pelo próximo? Ser capaz de lhe dar a mão quando precisa?

Ismael Sousa



P.S. - peço desculpa pela linguagem, se a considerarem forte demais, mas a minha intenção é, sem dúvida alguma, perturbar os vossos corações, incutir insatisfação em alguns pontos.

Salvos na Esperança (Spe Salvi)

Acabei de ler há pouco tempo a segunda Encíclica do Papa Bento XVI.
Ainda que toda a encíclica seja maravilhosa, gostaria de postar a parte que mais me tocou na sua encíclica!
É maravilhoso como sua Santidade, o Papa Bento XVI, demonstra o amor de Maria.

50. Por isso, a Ela nos dirigimos: Santa Maria, Vós pertencíeis àquelas almas humildes e grandes de Israel que, como Simeão, esperavam « a consolação de Israel » (Lc 2,25) e, como Ana, aguardavam a « libertação de Jerusalém » (Lc 2,38). Vós vivíeis em íntimo contacto com as Sagradas Escrituras de Israel, que falavam da esperança, da promessa feita a Abraão e à sua descendência (cf. Lc 1,55). Assim, compreendemos o santo temor que Vos invadiu, quando o anjo do Senhor entrou nos vossos aposentos e Vos disse que daríeis à luz Àquele que era a esperança de Israel e o esperado do mundo. Por meio de Vós, através do vosso « sim », a esperança dos milénios havia de se tornar realidade, entrar neste mundo e na sua história. Vós Vos inclinastes diante da grandeza desta missão e dissestes « sim ». « Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra » (Lc 1,38). Quando, cheia de santa alegria, atravessastes apressadamente os montes da Judeia para encontrar a vossa parente Isabel, tornastes-Vos a imagem da futura Igreja, que no seu seio, leva a esperança do mundo através dos montes da história. Mas, a par da alegria que difundistes pelos séculos, com as palavras e com o cântico do vosso Magnificat, conhecíeis também as obscuras afirmações dos profetas sobre o sofrimento do servo de Deus neste mundo. Sobre o nascimento no presépio de Belém brilhou o esplendor dos anjos que traziam a boa nova aos pastores, mas, ao mesmo tempo, a pobreza de Deus neste mundo era demasiado palpável. O velho Simeão falou-Vos da espada que atravessaria o vosso coração (cf. Lc 2,35), do sinal de contradição que vosso Filho haveria de ser neste mundo. Depois, quando iniciou a actividade pública de Jesus, tivestes de Vos pôr de lado, para que pudesse crescer a nova família, para cuja constituição Ele viera e que deveria desenvolver-se com a contribuição daqueles que tivessem ouvido e observado a sua palavra (cf. Lc 11,27s). Apesar de toda a grandeza e alegria do primeiro início da actividade de Jesus, Vós, já na Sinagoga de Nazaré, tivestes de experimentar a verdade da palavra sobre o « sinal de contradição » (cf. Lc 4,28s). Assim, vistes o crescente poder da hostilidade e da rejeição que se ia progressivamente afirmando à volta de Jesus até à hora da cruz, quando tivestes de ver o Salvador do mundo, o herdeiro de David, o Filho de Deus morrer como um falido, exposto ao escárnio, entre os malfeitores. Acolhestes então a palavra: « Mulher, eis aí o teu filho » (Jo 19,26). Da cruz, recebestes uma nova missão. A partir da cruz ficastes mãe de uma maneira nova: mãe de todos aqueles que querem acreditar no vosso Filho Jesus e segui-Lo. A espada da dor trespassou o vosso coração. Tinha morrido a esperança? Ficou o mundo definitivamente sem luz, a vida sem objectivo? Naquela hora, provavelmente, no vosso íntimo tereis ouvido novamente a palavra com que o anjo tinha respondido ao vosso temor no instante da anunciação: « Não temas, Maria! » (Lc 1,30). Quantas vezes o Senhor, o vosso Filho, dissera a mesma coisa aos seus discípulos: Não temais! Na noite do Gólgota, Vós ouvistes outra vez esta palavra. Aos seus discípulos, antes da hora da traição, Ele tinha dito: « Tende confiança! Eu venci o mundo » (Jo 16,33). « Não se turve o vosso coração, nem se atemorize » (Jo 14,27). « Não temas, Maria! » Na hora de Nazaré, o anjo também Vos tinha dito: « O seu reinado não terá fim » (Lc 1,33). Teria talvez terminado antes de começar? Não; junto da cruz, na base da palavra mesma de Jesus, Vós tornastes-Vos mãe dos crentes. Nesta fé que, inclusive na escuridão do Sábado Santo, era certeza da esperança, caminhastes para a manhã de Páscoa. A alegria da ressurreição tocou o vosso coração e uniu-Vos de um novo modo aos discípulos, destinados a tornar-se família de Jesus mediante a fé. Assim Vós estivestes no meio da comunidade dos crentes, que, nos dias após a Ascensão, rezavam unanimemente pedindo o dom do Espírito Santo (cf. Act1,14) e o receberam no dia de Pentecostes. O « reino » de Jesus era diferente daquele que os homens tinham podido imaginar. Este « reino » iniciava naquela hora e nunca mais teria fim. Assim, Vós permaneceis no meio dos discípulos como a sua Mãe, como Mãe da esperança. Santa Maria, Mãe de Deus, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco. Indicai-nos o caminho para o seu reino! Estrela do mar, brilhai sobre nós e guiai-nos no nosso caminho!

Penso que seja um optimo ponto para repensarmos o nosso amor por Maria!

Ismael Sousa 

domingo, 21 de novembro de 2010

Em ti há sete torres...

Olho pela janela e tudo o que vejo é a cidade. Tudo o que está para além da quarta torre parece não existir.
O tempo está chuvoso, transmitindo alguma tristeza.
Estou no meu quarto, deitado sobre a cama e a pensar no que se passa lá fora.
Decido então ir passear até lá fora.
Passo pela primeira torre. As ruas estão desertas e não se encontra ninguém corajoso o suficiente para sair.
Ao passar a terceira e quarta torre vejo uma mulher que pede. Penso que seja romena, ou algo assim... Pede uma pequena esmola, à porta da igreja, esperando algum auxilio. Ainda que ninguém lhe dê nem os pretos que tem no bolso, ela agradece. Eu fui mais um dos que, passando por ela, a desprezou, a achincalhou, a enganou.
Sigo o meu pequeno passeio pela rua da "Formosura". Enquanto caminho vou cantarolando alguns refrões... Assobio essa melodia bem alto. Subo até à quarta e quinta torre onde, apesar da chuva que cai, admiro o horizonte, lembrando o que ali já aconteceu. Ao longe, mesmo sem a ver, sei que está a minha terra natal! Aquele que eu muitas vezes recordo. Aquela onde cresci!
Viro-me e no sentido oposto sei que está aquela velha Vila que tanta saudade me faz ter. Nela me formei como Homem, cresci, aprofundei a minha vida.
Olho agora as últimas torres da cidade: sexta e sétima.
Entre aquelas torres, ainda que não o pareça, já muita história se fez. Nela falaram Santos, Reis assistiram a missas, catecumunos foram baptizados, entre outras coisas tantas...
Volto para a primeira torre...
No caminho retomo aos meus pensamentos.
Penso em como será possível? Viver numa comunidade e andar sozinho... É incrível...
Contudo, nem tudo é mau... Penso que por vezes a solidão é bem melhor que a presença. Viver vinte e quatro horas sobre vinte e quatro sempre com as mesmas pessoas pode ser cansativo, pode levar a que deixemos de conviver, passando simplesmente a viver. Pode levar a que eu não me importe com o outro, que o deixe de parte levando, assim, ao favoritismo.
Mas, e como há sempre um mas, eu não quero viver assim. Eu vivo com todos de forma igual!
Simplesmente não sou capaz de ir onde não sou convidado, a estar e ser gozado, a amar e ser odiado.
Muita coisa pode mudar em mim, mas isto é algo que não muda! Não deixarei de viver a minha vida. Só não estou para ser motivo de riso, ser substituto, ser o último!
Um sorriso se esboça na minha cara, levando-me a rir... A rir alto no meio da rua!
Recordo o fado da ilustríssima "Rainha" do Fado em que diz: "Sabe-se lá amanhã o que virá, um breve disfarce, uma vida honrada e boa, ninguém sabe quando nasce, para o que nasce a pessoa"
À memória vem-me aquela ilustre foto de quatro amigos... Penso... e concluo... Ainda que cada um ande por seu lado, a amizade é a mesma.




Ismael Sousa

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Em bicos de pé...

No silêncio  da noite alguém vem ao meu encontro.
Não reconheço aquela figura que ao meu encontro vem.
Estou sentado num banco de jardim. Esfrego os olhos para tentar reconhecer quem se aproxima.
O nevoeiro da noite não me deixa reconhecer.
Senta-se a meu lado. Quando vira a cara para me falar, trazendo à luz a sua face, sou capaz de a reconhecer.
Parecia que me estava a ver ao espelho. Só não vestia a mesma roupa!
Uma vez mais a minha consciência veio ter comigo pela calada da noite.
Pediu-me que a acompanhasse.
Seguimos os dois por caminhos desconhecidos por mim. A minha consciência parecia conhecer muito bem aquele caminho sabendo quando virar, quando voltar atrás...
Levou-me pelos caminhos da vida...
Enquanto caminhávamos, ela foi falando: falando de mim...
E eu era incapaz de pronunciar uma única palavra. Quando abria a boca não emitia som.
Falava das minhas acções: repreendia-me e aprovava-me!
Enquanto me falava algo despertou a minha atenção: o seu falar era frio; o seu falar era cheio de amor: frio com amor.
Falava dos meus defeitos, pedindo-me que me emendasse.
De uma forma muito suave disse-me que não podia passar a vida em bicos de pé.
Não compreendi e pela primeira vez interpelei-a. 
Pedi-lhe que me explicasse, que o trocasse por miúdos...
De repente subiu para uma pedra e disse: "Quantas vezes queres estar a cima dos outros? Quantas vezes lutas para te exibires? Quantas vezes o consegues? Em algum momento irás cair. De que te valeu? Nada!"
O meu coração deu uma volta de 180º graus...
Dei uma volta ao pensamento...
Encontrei-me de novo no jardim. Agora sozinho. Só eu e a noite!
Fui para casa. 
Cheguei, abri a bíblia e encontrei o salmo 88!
Li-o e deixei-me a pensar...


Senhor Deus, meu Salvador, *
dia e noite clamo na vossa presença.
Chegue até Vós a minha oração, *
inclinai o ouvido ao meu clamor.
A minha alma está saturada de sofrimento, *
a minha vida chegou às portas da morte.
Sou contado entre os que descem à sepultura, *
sou um homem já sem foças.
Estou abandonado entre os mortos, *
como os caídos que jazem no sepulcro,
de quem já não Vos lembrais *
e que foram sacudidos da vossa mão.
Lançastes-me na cova mais profunda, *
nas trevas do abismo.
Pesa sobre mim a vossa ira, *
todas as vossas ondas caíram sobre mim.
Afastastes de mim os meus conhecidos, *
fizestes-me para eles objecto de horror.
Estou preso e não posso libertar-me, *
meus olhos se apagaram de tanto sofrer.
Clamo a Vós, Senhor, todo o dia, *
estendo para Vós as minhas mãos.
Fareis Vós maravilhas pelos mortos? *
Irão levantar-se os defuntos para Vos louvar?
Haverá no sepulcro quem fale da vossa bondade, *
ou da vossa fidelidade no reino dos mortos?
Serão conhecidas nas trevas as vossas maravilhas, *
na terra do esquecimento a vossa justiça?
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Eu, porém, clamo por Vós, Senhor, *
de manhã, a minha oração sobe à vossa presença.
Porque então me afastais de Vós, Senhor, *
porque escondeis de mim o vosso rosto?
Infeliz de mim que agonizo desde a infância, *
já não posso mais suportar os vossos castigos.
Sobre mim passou a vossa ira *
e os vossos terrores me aniquilaram;
Como vagas me cercaram o dia inteiro *
e todos juntos caíram sobre mim.
Afastastes meus amigos e companheiros, *
só as trevas me fazem companhia.







Ismael Sousa

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Aquela lareira...

Enquanto escrevo algumas palavras, acendo o meu cachimbo. O fumo sobe deixando para trás aquilo que já foi.
Uma vez mais o meu pensamento dispersa-se deixando-me sozinho. Gostaria de, juntamente com ele, viajar e deixar tudo para trás.
Viaja o meu pensamento pelo passado trazendo-me aos olhos lembranças de uma vida.
Recordo a infância, a juventude, a adolescência...
Os Verões passados, as lareiras e salamandras em que me aqueci no Inverno.
Recordo-me sobretudo da lareira da minha velha casa...
Uma simples lareira, de tijolo burro, com fotos, pequenos embelezamentos e dois bancos, um de cada lado.
Nesses bancos sentavam-se os meus pais. Entre eles, sentados no chão e de pernas cruzadas, estava eu e o meu irmão mais velho.
Ali, em frente àquela lareira aprendemos muita coisa.
Aprendemos as catequeses que nos formaram como cristãos; as palavras que não sabíamos pronunciar correctamente e as que viríamos a aprender.
Em frente àquela lareira o meu pai desenhava-nos um índio, fumando o seu cachimbo e largando dele bolas de fumo.
Ah, que perfeição... Para mim não havia melhor desenho que aquele. Às vezes pegava em duas ou três pequenas folhas e desenhava o índio nelas. Na primeira folha desenhava-o sem bolas de fumo. Na segunda já com algumas, e na terceira completava o desenho. Depois, num passe de magia, fazia as bolas de fumo "subirem". Que alegria se esboçava no nosso rosto.
Ali, em frente àquela lareira, desembrulhamos presentes, ouvimos canções e aprendemos a cantá-las.
Ali ouvimos histórias, fábulas, contos, e outras coisas tantas.
Em frente àquela lareira fomos educados, crescendo com valores e com um sentido para a vida!
Naquela lareira pendurávamos a "botinha" pelo Natal, esperando alguma coisa. Colocávamos as cartas ao "Pai-Natal", os Ovos da Páscoa, as fotos de família, os postais que recebíamos no Natal!
Dos meus olhos saem lágrimas de nostalgia. Nostalgia daquele tempo, daquelas lições, daquelas memórias que em mim ficaram.
Já lá vai o tempo em que a família se reunia diante da lareira para estarem algum tempo juntas; para rezarem; ensinarem; serem uma família.
Muitas vezes penetrava com os olhos no fogo daquela lareira esquecendo-me de tudo o que se passava à minha volta.
Poderia chover cá fora, chover "Que Deus a dava" que para mim era-me indiferente, estando eu diante daquela lareira que tantas vezes foi local de refúgio.
Nunca me esquece as alegrias que ali vivi. Os sorrisos que dali saíam, das grandes lições que lá aprendi.
Recordo alguns poemas, que mais tarde na presença dos "cinco", ali se recitavam. Recordo o gosto que os meus pais me incutiam, tanto pela música, pela escrita, leitura e pela arte.
Recordo ainda as vezes que ao colo de minha mãe ou de meu pai nós adormecíamos...



Ismael Sousa

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sabe Deus...

Sabe Deus que eu quis, um dia ser feliz, viver um sonho!
Poderá o homem viver sem Deus? Poderá o homem ser feliz sem cinhecer a Deus?
Todas estas questões estão na minha cabeça, todas estas questões ocupam a minha alma. Como poderá o homem, que não conhece a Deus, acordar todas as manhãs e sentir-se alegre, encontrar sentido para a vida?
Quero crer que todo o homem, na sua vida, já encontrou a Deus, mas tem medo de assumir isso perante esta sociedade que descrimina, que põe de parte todo o homem que ama a Deus! Todo aquele que se diz crente, todo aquele que é verdadeiramente cristão, todo aquele que faz da sua vida um louvor perene a Deus, que vive com rectidão, que não odeia o irmão e que é capaz de dar "a outra face".
Estou sentado à lareira, onde o lume brilha, me aquece e me faz pensar!
Toca profundamente o meu coração e me faz derramar algumas lágrimas!
Sinto-me impotente perante esta sociedade que comercializa tudo, que enche o pensamento de todos! Não dá hipótese para se pensar em Deus, para O acolher no coração, para O escutar, falar com Ele, senti-l'O.
Lá fora a chuva cai, o vento sopra, as árvores dançam de um lado para o outro, as folhas voam ao ritmo do vento! Em tudo isto vejo a Deus: a chuva que rega os montes, os campos, enche os rios; o vento faz cair as folhas para a árvore se renovar, testa as suas raízes, faz cair os ramos podres para não apodrecer mais a árvore.
Como pode o homem não ver Deus, dizer que ele está distante do Mundo, distante da actualidade. Não pode ser mais que uma mentira: todos os dias nos dá santos; todos os dia nos dá mais um dia para viver; mais uma vez nos enche a vida de alegria; mais uma vez, mais uma vez... Diariamente... Não só ontem, não só hoje, não só amanha, mas sim toda a nossa passagem pela terra!
Este Deus que a sociedade oprime é um Deus de amor, um Deus de bondade, que ama a todos por igual sem fazer excepções!
A chama da minha lareira já se apagou restando só as brasas. O relógio da torre bate a meia noite, dando sinal a todos os que o conseguem ouvir a informação que está na hora de repousar.
Pouso o cachimbo que à muito se apagou e deixou de botar fumo.
Subo as escadas para repousar, tendo a certesa de que Deus me acompanhará nesta noite, que enviará os seus anjos para velarem a minha noite!
Contudo no meu pensamento ainda resta uma pergunta: que poderei eu fazer? Que actitude tenho eu que tomar para que todos conheçam o Amor?
Mostra-me a tua fé sem obras que eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras!




Ismael Sousa

domingo, 14 de novembro de 2010

Fornos de Algodres, Vila de Lembranças.

Hoje, enquanto Te adorava, muitos pensamentos me vieram à cabeça.
Questiono porque me terás Tu chamado, que despertou em Ti a vontade de me chamar.
Sei que não escolhes os preparados, mas preparas os escolhidos!
Todos os dias agradeço por me teres escolhido, por me fazeres fazer parte deste Teu grupo!
Outro pensamento que me veio à cabeça foi aquela pacata vila!
Durante quatro anos ali vivi, ali me formei como homem, ali cresci, conquistei mundos e perdi outros mundos. Criei amizades, criei lembranças.
Por onde quer que olhe, tenho lembranças.
Recordo com saudade esses tempos, em que a felicidade era constante!
Como gostaria eu de reunir todos os meus amigos de lá num jantar e juntamente com eles recordar velhas histórias.
Histórias de alegria, tristeza, riso e choro!
Poderia eu esquecer-me daquela pacata vila? Não, seria totalmente impossível, pois as memórias (as grandes memórias) são lá! Para esquecer aquela vila teria de esquecer oito anos da minha vida!

Vila de Fornos de Algodres

Lago do Seminário Menor de São José, Fornos de Algodres

Ismael Sousa

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Irá o sol raiar?

Acendo um cigarro... Não é um cigarro qualquer. É um pensativo cigarro.
Olho o seu fumo que sobe pelo ar, adquirindo formas belas, formas desconhecidas, demonstrando a sua liberdade.
Do alto da minha janela olho o jardim público.
Os seus bancos estão todos cheios. Alguns cheios de solidão, outros cheios de saudade, outros ainda com pobres mendigos que se cobrem com cobertores de papel, e a sua almofada é a bela de uma mão.
Não consigo compreender como pode o ser humano chegar a este ponto. Não compreendo como o ser humano consegue assistir a isto. Não compreendo como a sociedade o permite.
Acabo o cigarro e penso durante alguns segundos. Acho que ainda me resta algo do jantar, e que menos um cobertor não me fará falta.
Preparo tudo e desço as escadas... A meio do caminho lembro-me que não bastará sair à rua com uma refeição e um cobertor.
Volto a subir as escadas, ponho um prato na mesa, e ponho a aquecer a refeição.
Saio para a rua: está um frio de matar. Apresso-me a ir ter com o mendigo que faz do céu o tecto de sua casa, do banco do jardim a sua cama...
Durante o caminho, penso em mil formas de o abordar. Nenhuma me parece perfeita. Sento-me a seus pés, e abordo-o.
A sua primeira reacção foi de susto. Pensou ser algum policia ou um drogado qualquer. De imediato me pede desculpa pela sua reacção.
Convido-o a entrar na minha casa. Primeiramente recusou. Mas não foi preciso voltar a pedir, pois estava com necessidade disso.
Acompanho-o até à minha casa, onde o dirijo para a casa de banho.
Ofereço-lhe um banho. Nunca vi os olhos de alguém brilharem por um banho quente, como os dele brilharam.
Deixo tudo à sua disposição para tomar banho, vestir roupa lavada, fazer a barba e a sua higiene pessoal.
Indico-lhe a sala de jantar para ele ir la ter. Recusa-se a comer na sala de jantar, dizendo que a cozinha lhe basta.
Contudo, não o deixei levar a sua avante, e disse-lhe que o esperava na sala de jantar.
Enquanto tomava banho, preparei o quarto de hóspedes, uma refeição em condições, pois vi que os meus "restos" não seriam suficientes para matar a sua fome.
Pouco tempo se demorou e quando dei conta já ele estava junto a mim.
Pedi-lhe para se sentar e a seu lado sentei-me com ele.
Não precisei de dizer nada. Começou a falar da sua vida, do porquê de andar nas ruas, etc.
As horas passaram, e aquele homem falou do que ia dentro do seu coração.
Não fui capaz de articular uma palavra. Dos meus olhos jorravam lágrimas e mais lágrimas. Nunca ouvira uma vida assim! Nunca ninguém se abrira assim comigo, sem me conhecer.
A refeição já a tinha acabado há umas duas horas, mas continuou a falar.
Depois de se abrir, levantou-se e agradeceu tudo. Pedi-lhe para ficar a dormir em minha casa, ao que ele se negou fortemente. Insisti. Mas ele não deixou. Acompanhei-o à porta, onde me despedi dele com um abraço.
Voltou para o seu banco de jardim, cobrindo-se novamente com o cobertor de cartão.
O meu coração apertou-se de dor, de não conseguir fazer mais nada por aquele homem.
Volto para a janela, onde fumo outro cigarro.
Tenho de ajudar aquele homem. Tenho de o fazer.
Atiro com o cigarro, pego em dois cobertores e saio de casa.
O pobre mendigo já dormia, e nos seus sonhos sonharia com um futuro melhor, pois sorria!
Cobri-o, tapei-o bem, para que o frio não o incomodasse.
No banco a seguir sentei-me, envolvido no cobertor e velei o seu sono.
Na minha cabeça só permanecia o pensamento: Como te posso ajudar?

Ismael Sousa

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Douta Partitura

Sinto um arrepio nas costas. Um arrepio gélido.
Voltou a chuva e com ela o vento e o frio.
Não percebo porque não aceitamos a chuva e o frio como aceitamos o sol e o calor. Bem, na verdade, nunca aceitamos algo que nos incomoda, e a chuva e o frio incomodam.
Sento-me no sofá, junto à janela a olhar o Outono lá fora. As árvores exprimem tons castanhos, embelezando-se e despindo-se. Durante três meses irão descansar, despir-se da sua beleza, para assim mostrarem e descerem à sua pequenez.
Estes pensamentos invadem-me a cabeça e adormeço a pensar neles...
Abro os olhos e encontro-me de pé no meio do quarto. Estranho, serei eu sonâmbulo?
Olho o quarto e no sofá vejo um vulto. Tento avançar para o vulto mas não consigo: algo me impede.
Esfrego os olhos para tentar reconhecer essa pessoa. Vejo-me a mim próprio. Nas mãos tenho um livro. Reparo nas minhas mãos. Estão velhas. A pele queimada pelo tempo.
o meu rosto não é mais jovem e agora as rugas enchem a minha face. O cabelo já não é branco. Tornou-se grisalho.
Na ponta do nariz seguro uns óculos para conseguir ler: a minha visão também envelheceu.
A capa preta cobre o meu corpo,escondendo a velhice que por ele passou.
Volto a olhar o quarto. Este também mudou. O espaço não é o mesmo, as estantes encheram-se de livros, a secretária de papeis e nas paredes surgiram vários quadro: fotos, acontecimentos, uma ou outra obra de arte. Ressalta na parede um grande crucifixo.
Esforço-me para tentar ler o título do livro que se encontra nas minhas "velhas" mãos. Não consigo perceber o seu título. Contudo reconheço aquela capa. Apesar de gasta, velha e já com algumas manchas, lembro-me perfeitamente daquele livro. É um livro que me tem acompanhado, parecendo-me que me continuará a acompanhar.
Enquanto ocupo a mente com estes pensamentos, o meu "velho" eu fecha o livro, pousa os óculos sobre ele e olha o horizonte. De súbdito, fixa o seu olhar no crucifixo. Dele parte para as fotos e quadros que estão colocados por ordem cronológica. Começa por olhar as velhas fotos da nossa infância...
Até a algumas recordo-me de tudo. Outras são-me totalmente desconhecidas.
No rosto do meu "velho" eu esboça-se um sorriso. Os seus olhos enchem-se de água, e as lágrimas começaram a jorrar. Jorram lentamente, uma depois da outra, sem grande pressa.
Consigo ler nos meus "velhos" olhos a alegria que sente em recordar aquilo tudo.
Reparo agora, que numa mesa a Bíblia está aberta e a seu lado encontra-se uma vela acesa. A sua chama treme de um lado para o outro, aumentando e diminuindo. Também assim tem sido a minha vida, com altos e baixos. Terá continuado assim? Possivelmente que sim.
Depois de observadas todas as fotos, o "velho" eu fechou os olhos e pegou nos óculos, batendo ligeiramente com eles na capa do livro. Marca um ritmo... um compasso...
Estará ele a ouvir algo no seu pensamento?...
Subitamente começo a ouvir, baixinho, uns sons. Esses sons vão aumentando, tornando-se música. Identifico-a facilmente: "Lago dos Cisnes".
Várias vezes estudei estas partituras. Várias vezes as levei comigo.
O "velho" eu levantou-se. Pousando o livro junto da Bíblia, dirige-se para o piano. Nele coloca umas partituras. Talvez vá tocar o "Lago dos Cisnes", ou uma outra peça.
Uma melodia suave sai do velho piano. Ela enche todo o espaço. É algo fabuloso.
Gostaria de guardar aquela melodia para sempre na minha alma e mente.
Tento ler o nome daquela peça. A minha alma espanta-se com o nome: "Partituras de um Sonho".
Procuro, com os olhos, o seu autor: "Volpe".
Não conheço esse autor, esse compositor. De ele nunca ouvi falar, nem nenhuma música dele ouvi.
Fixo o nome do compositor: "Volpe"...
Volta o "velho" eu para o sofá, onde fixa novamente o infinito.
Fixo também eu o infinito. o meu pensamento invade-se de pensamento. Como terá sido o seu passado, o meu futuro? Estarei e viverei também aquilo? Que sentimentos forraram a sua vida?
Fecha o "velho" eu os olhos e adormece a contemplar o infinito.
Acordo do sono, relembrando todo aquele Sonho.
Penso no que pensaria o "velho" eu, mas sei que terei de esperar e aí saberei as respostas!

Ismael Sousa

domingo, 7 de novembro de 2010

Semana dos Seminários

Bem, chegou ao fim mais um fim-de-semana.
Contudo, para nós cristãos começou mais uma semana.
Assim, esta semana é especial. É a Semana dos Seminários.
Esta semana é uma boa oportunidade para rezar pelos Seminários, Seminaristas e seus formadores.




Deixo-vos também a oração para que todos possam rezar pelos Seminaristas!

Jesus Cristo, Bom Pastor
que dás a vida pelas Tuas ovelhas.
Tu és o Filho muito amado do Pai,
Tu és o nosso Mestre e Salvador.
Faz dos nossos seminários
Comunidades de discípulos,
Sementeiras de Amor,
de serviço e de entrega radical pelo Teu Reino;
sinais de esperança de um futuro de vida verdadeira,
em abundância para todos.
Fortalece e ilumina
no discernimento vocacional os nossos seminaristas;
confirma nos dons do Espírito Santo os seus formadores;
enche de generosidade e espírito de serviço
os auxiliares que com eles trabalham.
Recompensa e abençoa os benfeitores,
que com a oração e partilha de bens, zelam pela missão;
ampara o nosso Bispo e os nossos párocos,
para que sejam sempre fiéis ao dom do Sacerdócio;
desperta a generosidade e a coragem dos nossos jovens
para Te seguirem e concede às nossas famílias o dom de
Te proporem como caminho, verdade e vida...
Nós Te pedimos por intercessão e Nossa Senhora,
Tua e nossa mãe...

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Espero que rezem esta oração por todos nós!

Ismael Sousa

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ainda que o coração fale mais alto!

Pode haver mil razões, mil palavras, mil actos... mas em o coração falando mais alto, nada há a fazer.
Não conseguimos, por mais esforços que se façam, conseguir calar a voz do coração.
Contudo, temos de compreender o coração.
Acordei, num dia de chuva, com o estado de espírito em baixo. Não conseguia compreender qual a razão, ainda que tudo tivesse bem. Parei e decidi ouvir o coração. Falava baixo e eu não o compreendia. Fiz silêncio na minha mente e coloquei toda a minha atenção no que dizia o coração. Repetidamente dizia-me: "Deixa-me partir... Deixa-me partir"
Não compreendi as suas palavras e deixei de o escutar.
Lutei todos os dias contra a minha mente que não parava de pensar naquelas palavras. Jurava para mim mesmo deixar de pensar e sentir.
Mas não fui capaz.
Amei tanto que não era capaz de te deixar partir. Criei medo dentro de mim próprio. Medo de perder os que amo. Medo de ser substituído, medo de deixar partir.
Nesse mesmo dia fui visitar-te. Foi tanta a minha dor. Tanto o sentimento de saudade.
À noite, quando o silêncio da noite veio e eu fiquei só comigo mesmo, comecei a compreender.
Hoje sou capaz de te deixar partir ainda que isso me traga muita dor. Sei que não me queres assim.
Ouvi a voz da razão e a voz do coração.
Tanta vez disse para mim próprio: "Ainda que o coração fale mais alto, e a razão me impeça de continuar, não te deixarei partir!"
Hoje partes... mas nunca te esquecerei.

Ismael Sousa